Foi uma fala que ficou gravada em minha memória.
Edgar Morin define como "imprinting", estes eventos que vão marcando a vida de uma pessoa e que ficam registradas na memória pessoal, para alguns o tempo parece mais denso e sofrido, para outros, expressão das escolhas e decisões que envolvem e comprometem cada um.
"O tempo dirá" qual será ou foi o resultado da jornada, a trilha que foi aberta na vida serviu de aprendizado guiando abundância e prosperidade, mas também, frustrações e dor. "Tamo junto" ou não, o que importa é o amor que acolhe indistintamente.
O tempo é relativo por pertencer ao momento, a situação, o contexto, o hoje. A diversidade temporal direciona a identidade cultural de cada um.
A sensibilidade forjada durante a vida não é "destinada" previamente, como se o planejamento fosse a única razão de ser da gestão, engano comum naturalizado e sequenciado em ferramentas administrativas como o PDCA, invento americano ou o método cartesiano, invento francês.
A gestão se configura no tempo, com eventos, sistemas e processos, que podem ser coordenados, liderados,
direcionados racionalmente para diminuírem o impacto do risco das incertezas, por isso, o "tempo dirá"; quando o gestor, líder, a pessoa for capaz de ouvir sua razão de ser, sua alma espiritualizada em meio a conturbada rotina da vida contemporânea da modernidade complexa. Bauman (2001) é muito feliz na sua tese de "modernidade líquida", traçando um diagnóstico social da vida digital virtual e presencial objetiva da realidade mononormativa.
Planejar o amanhã é saber a senha de acesso a rotina de tarefas a serem cumpridas durante um tempo. A segurança consequentemente não quer dizer coragem, mas simplesmente, consciência dos riscos previsíveis e não improváveis. Assim, muito do que pensou poderá ou não acontecer.
O passo inicial pode ser o recomeço, a outra chance, o plano "b", "c", "d", tanto faz já que o plano "a" funcionou por um tempo, agora, precisa mudar e não há mais tempo a perder, já que o "imprinting" do tempo disse, está dito.
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